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Física às margens da CAMPANHA PELA VIDA DA CRIANÇA NO TRÂNSITO
Filha, se eu uso o cinto, você também deve usar!
(Um conto)
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Quando os filhos são "apenas" bebês, os
colocamos no banco detrás, em seus bebês-conforto, atados ao cinto e viajamos
tranquilos. Sendo bebês, até dormem, grande parte da viagem! Quando não estão dando aquela risadas e gargalhadas encantadoras.
Basta crescerem um pouquinho e
ganharem autonomia para andar de cadeirinha, aprendem logo a tirar o cinto. E
não querem andar presos, não! Querem ficar soltos dentro do carro. E qual o
lugar predileto deles durante a viagem? Adivinhem! De pé bem entre os bancos da
frente. Cotovelos apoiados ficam vendo a estrada lá na frente e tagarelando sem
parar enquanto o pai e a mãe (motorista e passageiro, não necessariamente nesta ordem!) respondem pacientemente às perguntas dos mais diversos tipos. E tentam, vez ou outra,
convencer a criaturinha fofa a ir para o seu lugar, na cadeirinha, e colocar o cinto.
Acontece que andar sem cinto é
inaceitável - fisicamente inadmissível! Se há uma coisa certa quando se dirige é que acidentes são
incertos. Quer dizer, pode ser que não aconteçam, mas se acontecem, vêm sem
aviso algum. E bum! Nem dá tempo de fazer nada depois que começam. E as pessoas
acabam se machucando. Sem o cinto, podem se ferir mais ainda!
Lara era muito tagarela desde os
dois anos e agora que já tinha quatro, então! E era muito independente e tinha
muita energia para brincar. Já dá para imaginar que ficar na cadeirinha era a
última coisa que ela queria quando passeava de carro com o pai. E isso ela
adorava. E fazia todos os dias. Seu pai sempre andava de cinto e queria que a
filha fizesse o mesmo. Zelava pela sua segurança. Mesmo sendo prudente ao
dirigir - é como foi dito antes -, acidentes são imprevisíveis.
Um dia, sem a presença da mãe, e
depois de, mais uma vez, a menininha tirar o cinto e descer da cadeirinha tão logo o
pai pôs o carro em movimento, ele pensou: “será que ela faz isso porque
não sabe o que pode acontecer? Ou se sabe, será que ela não acredita que possa
acontecer com ela?”
Pensando assim, desviou da avenida
movimentada para uma rua secundária quase sem movimento de outros carros ou
motos. Pediu-lhe, mais uma vez, que voltasse para "o seu lugar" e pusesse o cinto. De nada adiantou, mais uma vez. Então, esperou o momento certo e, no meio de uma tagarelice da menina, brecou o
carro repentinamente, como se algum obstáculo inesperado tivesse aparecido na
estrada à sua frente!
Ora, os freios param o carro, mas
não para as coisas que estão dentro do carro. Estas precisam se segurar, ou serem seguras! Como a menininha não poderia se segurar, porque não estava
esperando, distraída com suas falas (e mesmo que estivesse, com tão brusca
parada, duvido que tivesse forças para conseguir se segurar), no momento
seguinte à freada ela apareceu de pernas pro ar. Se a sua mãe estivesse no banco do passageiro, a teria tirado bem dos seus
pés.
Em seguida, o choro.
O pai, pacientemente, leva o carro
para o acostamento. Tira seu próprio cinto e desliga o carro, enquanto fala com
a filha. Sua voz é suave, compassada e firme, mostrando-lhe que ele está ali e pedindo que se acalme. Ele desce do carro, a retira do buraco em que
se meteu, a abraça e acalma. Então, a leva para a cadeirinha no banco de trás,
a recoloca com o cinto e diz: “Filha, olhe para o papai... é para que não aconteçam coisas como essa que o
papai pede para você ir com o cinto, na sua cadeirinha. Agora você vai me
escutar: você precisa usar o cinto para não se machucar; você precisa usar o
cinto porque o papai está mandando e faço isso para o seu bem; e você precisa
usar o cinto porque o papai também está usando.”
E seguem viagem, de volta para casa. Mais alguns soluços e suspiros profundos, um pouco de silêncio, para depois: tagarelar!
(...)
Agora,
passados alguns anos, ela própria dirige um carro. Nunca mais andou sem cinto!
E não tem a ver com guardas, fiscais ou multas. Tem a ver com sua segurança e de sua filha. Nenhuma vez este avô aqui precisou fazer "simulações de freada brusca" com a neta. Ela tagarela tal qual sua mãe fazia nessa idade, mas nunca tira o cinto.Ufa!
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Idelfranio lendo - pelo menos em parte - o texto acima.