Drummond escreveu:
"No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra."1
E eu, acreditando que #TrânsitoÉFísica, li assim:
"No meio do caminho pode ter uma pedra
pode ter uma pedra no meio do caminho
pode ter uma pedra
no meio do caminho pode ter uma pedra.
Nunca me esquecerei dessa possibilidade
na vida de minhas memórias das aulas de Física.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
pode ter uma pedra
pode ter uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho pode ter uma pedra."
Porque pensei: Se todos sabemos, por exemplo, que numa freada - proposital ou forçada, como numa colisão - motorista e passageiros - quer sejam adultos ou crianças - continuam em movimento (a tal da inércia) e disso resultam outras colisões (de seus corpos com o banco da frente, com a direção, com o para-brisas), então porque andar sem cinto de segurança?! Pode ser que a viagem transcorra com tranquilidade, mas "pode ter uma pedra no meio do caminho"! Então, que as certezas dadas pela Física alimentem nosso livre-arbítrio no sentido de proteção (da sua própria e do próximo).
______________________________________________________________________________
1 - http://www.memoriaviva.com.br/drummond/poema004.htm
______________________________________________________________________________
Idelfranio lendo - pelo menos em parte - o texto acima.
[Ouça esta e outras leituras em www.gengibre.com.br.]
